02/09/2016 08h14 - Atualizado em 09/11/2016 12h09

Preso suspeito de manter companheira em cárcere privado em Nova Venécia


Policiais civis da 17ª Delegacia Regional de Nova Venécia prenderam, na tarde dessa segunda-feira (14), V.A.O.J., 22 anos, suspeito de agredir e manter em cárcere privado a companheira de 18 anos.  A prisão ocorreu na localidade de Serra de Cima, zona rural do município.

 

O titular da 17ª Delegacia Regional de Nova Venécia, delegado Líbero Penello, contou que por volta de 17horas, os policiais receberam denúncias anônimas por meio do Disque-Denúncia 181, indicando que V.A.O.J. mantinha a sua companheira presa em casa. “Percebendo a gravidade da situação, os policiais foram imediatamente ao local. Ao chegarem à residência, chamaram pela vítima, que veio atender os policiais acompanhada pelo suspeito, que estava armado com um facão. Diante disto, foi ordenado que ele soltasse a arma e, o casal foi conduzido até à Delegacia”, relatou Líbero.

 

Na delegacia, a companheira de V.A.O.J., estava muito assustada e possuía marcas de agressão pelo corpo, contou Líbero Penello. A jovem relatou que ela e o suspeito vivem juntos há um ano e três meses e que, há cerca de um ano, ela vem sendo habitualmente ameaçada e agredida, física e moralmente, pelo suspeito. “Segundo ela, as agressões acontecem pelo fato dela não conseguir desempenhar tarefas além de suas forças, como, por exemplo, erguer um recipiente com 250 litros de soro de leite ou, às vezes, sem motivo algum”, disse Líbero.

 O delegado acrescentou que “as agressões eram as mais variadas possíveis, e as marcas são claras, algumas recentíssimas, como, por exemplo, hematoma no olho, na boca, marca de beliscões de alicate próximo à sobrancelha, cortes no braço e nas pernas, queimadura nas costas, além de inúmeras marcas mais antigas. Xingamentos e ameaças a parentes e ao filho da vítima, de apenas 4 anos, também ocorriam, sendo que a criança chegou a ser queimada com pontas de cigarro, o que levou o Conselho Tutelar a retirá-la de casa”, relatou o delegado.

 

O responsável pela prisão avaliou como mais grave o fato de V.A.O.J. manter a companheira presa em casa. “Ele não permitia que ela fosse para rua sem a companhia dele. Ela disse que, certa vez, o suspeito não autorizou que uma ambulância a levasse para tratamento, em virtude de um caroço no seio”, falou Penello. 

 

Durante seu depoimento, V.A.O.J. negou as acusações e disse que a vítima caiu ou se acidentou ajudando-o no trabalho. “O laudo do exame de lesões corporais e os depoimentos das testemunhas ouvidas corroboram a versão da vítima” afirmou o delegado.

 

V.A.O.J. foi autuado por tortura, cárcere privado e violência doméstica e encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Mateus.

 

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