09/03/2015 12h10 - Atualizado em 09/11/2016 14h08

Governo anuncia ações para combater violência contra a mulher

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social,anunciou, em homenagem à Semana Internacional da Mulher, ações focadas no combate à violênciafeminina. Estes projetos têm como objetivo retirar o Espírito Santo dos primeiros lugares do ranking de ocorrências criminais. O evento ocorreu na tarde desta quinta-feira, no Salão São Thiago, noPalácio Anchieta.

 

O anúncio contou com a apresentação do secretário de Estado de Segurança Pública e DefesaSocial, André Garcia, que fez uma explanação dos dados gerais da violência contra a mulher. Garciadestacou que o Estado está reduzindo os indicadores de feminicídio desde 2010. “O Espírito Santofoi o líder de um vergonhoso ranking de homicídios de mulheres pelos últimos dez anos.Atualmente, baixamos estes registros e estamos no segundo lugar. Mas nosso objetivo é reduzi-loainda mais e, por isso, apresentamos estas ações que são uma resposta à nossa insatisfação com estetipo de ocorrência criminal”.

 

Compareceram ao evento o governador do Estado, Paulo Hartung; o vice-governador César Colnago; o secretário de Estado Extraordinário de Ações Estratégicas, Evaldo Martinelli, a chefe de PolíciaCivil, Gracimeri Gaviorno; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marco Antonio; ocomandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Marcelo D’Isep; e demais autoridades.

 

A chefe de Polícia Civil, Gracimeri Gaviorno, será a responsável pelo projeto “Homem que é Homem”que tem como objetivo acompanhar o companheiro agressor para que novos registros violentos nãoaconteçam.  “Os Distritos Policiais de Atendimento à Mulher contam com profissionais empenhadas enossa proposta é ampliar o alcance deste trabalho. Os agressores participarão de encontrosorganizados por uma equipe psicossocial da Polícia Civil. Isso se dará, em um primeiro momento,por meio de intimação policial mas, depois, todos serão voluntários. Acreditamos que estas reuniõessejam didáticas e estabeleçam uma cultura de respeito e não-violência”, destacou.

 

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Antonio Souza do Nascimento, ficará encarregado da expansão do projeto “Visita Tranquilizadora a Mulheres Vítimas de Violência com Medida Protetiva”, um desdobramento da atuação do Patrulha da Comunidade. “A intenção é expandir para mais bairros e aumentar a área de cobertura dos municípios, por meio do trabalho exitoso dos policiais militares que estão atendendo estas mulheres. Com esta ampliação, teremos um contato direto com as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, que farão a identificação das vítimas que devem receber esta atenção da PM”, informou.

 

"Esse encontro de trabalho é para celebrar o Dia da Mulher, porém de forma técnica e com ações importantes. A presença de diferentes instituições é fundamental para apresentar sugestões e alternativas. Neste momento,  apresentamos políticas públicas para combate à violência sofrida pelas mulheres. Política bem desenhada e que em breve será avaliada para saber seus resultados. Infelizmente, a violência tem uma questão cultural muito forte em nosso Estado e precisamos sacudir e muito as raízes culturais que existem aqui, no Brasil  e na América Latina, e que perpetua o machismo como algo comum", disse o governador Paulo Hartung.

 

"Desenvolvemos e estamos avançando nos trabalhos de polícia, mas precisamos vestir o macacão da responsabilidade e cada um fazer a sua parte. É necessário o engajamento das famílias, escolas, igrejas e instituições organizadas para mudar essa triste realidade que infelizmente é cultural", completou o governador Paulo Hartung.

 

Para Gisele Cardoso, juíza e representante do desembargador presidente do Tribunal de Justiça, Sérgio Bizzoto, “O Poder Judiciário do Espírito Santo reconhece a total adequação e pertinência destes programas que foram lançados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança, e hipoteca seu apoio, pois somos parceiros estratégicos nesta rede de atendimento às mulheres. O Poder Judiciário se coloca à disposição para fazer este projeto dar certo e unir forças com outros segmentos da sociedade de modo que, ao final, venha colher os frutos esperados: a mudança da cultura da violência contra a mulher no nosso Estado”.

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