Preparar cães para auxiliar os bombeiros a salvar vidas. Este é o objetivo do “Curso de Busca, Resgate e Salvamento com Cães”, que termina nesta sexta-feira (11), e está sendo realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBOM).

Participaram do curso, que teve início dia 30 de novembro, 16 bombeiros capixabas, dois roraimenses, dois de paulistas, sete amazonenses, seis mineiros, um rio-grandense-do-sul, um goiano, uma veterinária, dois funcionários a Arcelor Mittal e um policial civil totalizando 39 vagas.

 

A proposta do curso é preparar cães para o atendimento a ocorrências de busca e salvamento. “Os cães podem atuar em diversas ocorrências. Por terem o faro apurado, eles procuram pessoas em locais onde os humanos jamais poderiam encontrar. Com o curso, os cães ficarão aptos para buscar pessoas perdidas em matas, localizar cadáveres vítimas de homicídios ou de soterramento e deslizamento, bem como localizar vítimas de afogamento. Um cão trabalha por 30 bombeiros e gasta um tempo infinitamente menor para isso”, explica o tenente-coronel Leonardo Merigueti, coordenador do curso e chefe da Seção de Operação e Instrução do Corpo de Bombeiros.

O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo iniciou atividades de busca e salvamento com cães em 2008. O grande diferencial da Corporação é que os cães são de propriedade do militar e, assim como todos os soldados, eles voltam para casa no final do dia. Segundo Merigueti é importante o animal pertencer ao bombeiro pela questão do contato diário, o que cria uma afinidade entre o condutor e o animal. 

 “Nossos cães são treinados no quartel, mas retornam para casa após suas atividades. Entendemos que o animal necessita de um convívio social com a família para exercer bem suas funções com seu condutor. Somente o Espírito Santo e Santa Catarina adotaram essa técnica, que, para nós, é mais eficiente. Há características e atitudes nos cães que só o dono sabe reconhecer. Esse convívio é importante também porque, além de ser uma companhia em todas as horas, o cão ainda traz alegria e atua como voluntário para salvar vidas”, diz Merigueti.

O curso teve como base técnicas estudadas fora do País, como Europa e Estados Unidos. “Usamos a técnica positivada, onde em nenhum momento o animal é castigado para aprender uma atividade. Tudo é feito com brincadeira e incentivo”, explica o oficial.

O curso

O curso teve disciplinas de busca e resgate em estruturas colapsadas com o objetivo de preparar todos os alunos a atuarem em locais de desastres, com e sem os cães, em conformidade com as normas internacionais. Os alunos aprenderam a selecionar filhotes para a atividade de busca e salvamento e a escolher a melhor raça para a atividade. Além disso, técnicas K-SAR de adestramento também foram aplicadas. Através delas, os cães foram preparados a localizar vítimas em escombros, soterradas, afogadas e perdidas em matas, bem como cadáveres soterrados. Técnicas de adestramento e comportamento dos cães também fizeram parte da grade curricular do treinamento. 

 

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