Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos investe na especialização
Em 2022, a equipe da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) cumpriu 33 mandados de busca e apreensão durante investigações de crimes informáticos. Este é o maior número de mandados de busca cumpridos em toda a história da DRCC, fruto da especialização da equipe, que tem focado na parceria com instituições internacionais para adquirir conhecimento e aprimorar suas ferramentas de investigação.
De janeiro a dezembro do ano passado, a DRCC realizou 1.910 atendimentos, instaurou 132 inquéritos e relatou 143 (o número inclui inquéritos de anos anteriores). A Delegacia, em conjunto com organizações nacionais e internacionais, realizou 23 operações para o cumprimento de 33 mandados de busca, o que resultou em 20 prisões, sendo 18 em flagrante e duas em cumprimento de mandados de prisão.
A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos tem como atribuição prevenir e reprimir as ações delituosas cometidas por meios tecnológicos, seja para obtenção de dados para extorquir vítimas ou causar prejuízos a terceiros, ou ainda, crimes que atentem contra grupos vulneráveis, como abuso e exploração sexual infantil.
“Com o avanço da tecnologia, a Polícia Civil do Espírito Santo está em constante aperfeiçoamento, para compreender e combater as novas modalidades de crime. Os criminosos que atuam por meios virtuais acreditam na falsa sensação de anonimato, mas a DRCC é uma unidade especializada, que tem meios e técnicas para encontrar e prender esses criminosos”, destacou o delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda.
À frente da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, o delegado Brenno Andrade explicou que, em 2022, a delegacia aplicou, em suas investigações, os conhecimentos adquiridos por meio de treinamentos proporcionados pela Embaixada Americana no Brasil, Serviço Secreto Norte-Americano, Homeland Security Investigations (HSI), bem como com a troca de experiências com outras Polícias Civis e instituições Brasileiras.
“Quando falamos em crimes informáticos, comumente lidamos com estelionatos cometidos por meio de redes sociais e exploração de pornografia infantil. Mas existe mais uma gama de delitos cometidos pela internet e para os quais estamos em constante treinamento, nos atualizando para que esses crimes não criem raízes no Espírito Santo”, afirmou.
Operações
Entre as Operações realizadas no ano de 2022, destaca-se a “Operação Anjo da Guarda II”, que foi a maior operação realizada de forma coordenada pela PCES com o objetivo de combater o abuso e exploração sexual infantil pela internet. Trinta e cinco policiais civis cumpriram oito mandados de busca e apreensão nos municípios de Linhares, Cariacica, São Mateus, Aracruz, Vila Velha e Serra. Três pessoas foram presas em flagrante.
Ainda com o objetivo de combater crimes de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na internet, a DRCC participou das duas etapas da “Operação Luz na Infância”, realizadas em 2022, e da “Operação Predador III”, deflagrada em novembro do ano passado.
A Polícia Civil também atua em parceria com Agências internacionais, como ocorreu em julho de 2022, quando uma mulher de 27 anos foi presa, investigada por estupro de vulnerável da sobrinha de 09 anos. A investigação, que teve início a partir de um relatório do National Center for Missing & Exploited Children (NCMEC), demonstrou que a tia abusava da criança dentro de casa, produzia imagens e vendia pela internet.
No Espírito Santo, também houve ações de combate aos crimes contra a propriedade intelectual. Em junho, a quarta fase da “Operação 404.4” foi deflagrada como objetivo de reprimir a pirataria on-line. Na ocasião, foram apreendidos computadores e equipamentos, desarticulando um esquema de venda de pacotes de canais de televisão e cinema para todo o país de forma fraudulenta.
Em dezembro, a “Operação Last Page” resultou no bloqueio de sites que vendiam livros e matérias de curso on-line sem a devida autorização do detentor do direito autoral. As duas operações contaram com a participação de outras agências de segurança.
Tipos e exemplos de crimes cibernéticos
Crimes cibernéticos podem assumir várias formas, mas há dois tipos mais praticados, que são aqueles que visam ao ataque a computadores, seja para obtenção de dados, extorsão das vítimas ou causar prejuízos a terceiros, ou crimes que usam computadores para realizar outras atividades ilegais, no qual o criminoso utiliza dispositivos e redes como ferramentas para a prática delituosa. Alguns exemplos típicos de atividades ilegais são:
- Armazenamento e compartilhamento de conteúdo de abuso sexual;
- Interceptação de informações pessoais de terceiros ou dados sigilosos de organizações e empresas;
- Roubo de dados financeiros ou credenciais bancárias de terceiros — sejam indivíduos ou organizações;
- Invasão de computadores pessoais, de empresas ou redes de computadores;
- Extorsão cibernética;
- Crimes com estrutura tipo phishing, muito comum em golpes que se espalham pelas redes sociais e por Apps de mensagens, como WhatsApp;
- Fraudes por e-mail e usando a Internet;
- Violação de direitos autorais;
- Jogos de azar ou ilegais em território nacional;
- Venda de itens ilegais por meio da Internet;
- Discurso de ódio, publicações de teor homofóbico, xenófobo e racista, e apologia ao nazismo.
Segundo o delegado, os crimes de estelionato continuam sendo os mais comuns, seguidos pelos crimes informáticos, aqueles no qual é constatada invasão de dispositivos como PC ou celular para hackeamento.
Brenno Andrade explica que estelionato apresenta variantes no ambiente virtual. O crime mais comum ultimamente é quando o criminoso cria uma conta falsa no Whatsapp, utilizando uma foto do titular da linha e entra em contato com amigos e familiares para pedir dinheiro. Isso também acontece por meio de redes sociais. No Instagram, criminosos hackeiam a conta da pessoa e ofertam produtos falsos nos stories, pedindo depósito via Pix.
Como procurar ajuda
A Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos fica localizada na Avenida Marechal campos, Número 1.236, 2º andar, no bairro Bonfim, em Vitória. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30. Telefone: (27) 3137-2607 e (27) 3137-9106
A orientação é que as vítimas levem material para ajudar na investigação, como prints relacionados ao crime de forma impressa. Se as plataformas envolvidas forem Facebook e Instagram é necessário que sejam apresentados os URLs.
Texto: Adriana Nascimento Amaral, Policial Civil - Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi).
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