06/01/2022 13h39 - Atualizado em 06/01/2022 14h14

Cachoeiro de Itapemirim fecha 2021 com menor número de homicídios dos últimos 26 anos

O município de Cachoeiro de Itapemirim terminou o ano de 2021 com o menor número de homicídios consumados desde 1996, quando teve início a série histórica da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Em 2021, a cidade registrou 24 homicídios, o que representa uma redução de 27,27% em relação ao ano de 2020 e 42,85% de redução em relação ao ano de 2018.

O titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cachoeiro de Itapemirim, delegado Felipe Vivas, destacou que a parceria entre as Polícias Civil (PCES) e Militar (PMES) do Espírito Santo, ao longo do ano, foi fundamental para alcançar a redução significativa.

“Esse dado histórico é fruto de um trabalho muito intenso, tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil, no combate ao tráfico de drogas praticado de maneira violenta, além do foco na identificação de suspeitos e a resposta rápida para crimes de homicídio que ocorrem em nosso município. Essa redução é muito importante, pois cada número representa uma vida preservada”, pontuou o delegado Felipe Vivas.

O subcomandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, major Carlos Palaoro, declarou que a redução no número de homicídios em Cachoeiro de Itapemirim é fruto do trabalho integrado para a preservação da vida.

“Chegamos a uma taxa de homicídio de 11,4/100 mil habitantes/ano. É uma vitória de um trabalho persistente, metódico e continuado das Polícias Militar e Civil, instituições que trabalham integradas em prol da Segurança Pública de Cachoeiro de Itapemirim. O 9º Batalhão intensificou sua ostensividade através da criação do patrulhamento tático com motocicletas, equipes de abordagem em locais de grande incidência de homicídios, além de atuação no enfrentamento do crime correlato de tráfico de drogas, com apreensões recordes de drogas e participação do K9 (equipe Cão Policial)”, informou.

Em razão do enfrentamento ao tráfico violento, a DHPP constatou uma mudança no perfil dos homicídios no município. Dos 24 casos registrados, 14 foram considerados crimes de proximidade, com motivação ligada a relações interpessoais, ficando o tráfico de drogas em segundo lugar.

Entre os casos de maior repercussão está a morte da vendedora Roseli Valiate Farias, de 47 anos, em outubro de 2021. O caso foi inicialmente registrado como desaparecimento, mas as investigações concluíram se tratar de feminicídio. O suspeito foi preso três dias depois do crime e, posteriormente, indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, à traição, com uso de recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido e contra a mulher, por razões da condição de sexo feminino; ocultação de cadáver e posse irregular de munição.

Outro caso de investigação complexa foi registrado em abril, quando um corpo esquartejado foi localizado no Rio Itapemirim. As investigações identificaram a vítima como Higor Fabiano Rangel, de 24 anos, e indicaram que ele foi morto pela ex-companheira e o atual namorado dela. Ambos foram presos e respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Dos 24 Inquéritos Policiais sobre homicídios consumados instaurados em 2021, 18 foram concluídos pela DHPP de Cachoeiro de Itapemirim, o que indica uma resolutividade de 75% dos casos, acima da média nacional de 44%, conforme pesquisa do Instituto Sou da Paz. A investigação rápida e robusta contribui para prisões qualificadas e a redução dos índices de criminalidade. “Concluímos 18 investigações de homicídios, entregando para a Justiça autoria definida, inclusive com representação de medidas cautelares, como prisões preventivas, temporárias e buscas e apreensões. Buscamos sempre dar uma resposta rápida e robusta, que possa embasar o trabalho do Ministério Público e a posterior condenação dos autores na Justiça”, frisou o delegado.

Inserida no Programa Estado Presente em Defesa da Vida, do Governo do Estado, a cidade também contou com edições da Operação Estado Presente, que reúne forças de segurança, com o objetivo de aumentar a visibilidade e a ostensividade policial, além de cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão, especialmente em desfavor de homicidas e traficantes de drogas, com foco na prevenção e elucidação de crimes violentos. Em 2022, o objetivo é prosseguir com o trabalho integrado e ostensivo.

“2022 já começa como um grande desafio, pois 24 homicídios representa o melhor resultado dos últimos 25 anos, sendo este um parâmetro para a gente se espelhar e buscar ainda mais reduzir esse número”, declarou Felipe Vivas.

Texto: Camila Ferreira

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